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Fundação CARF

18 outubro, 24

GUSTAVO ZAMUDIO, PÁROCO EM LIMA

O Padre Gustavo Zamudio, pároco em Lima, chegou à sua fé adulto graças aos seus estudos em Roma.

Gustavo provém de uma família pouco religiosa, mas o seu contacto com a Igreja e a sua curiosa chegada a um grupo de acólitos durante a adolescência abriram uma brecha neste jovem peruano por onde Deus entrou e que o conduziu ao seminário aos 17 anos. Aos 32 anos, é atualmente pároco em Lima e professor universitário, onde leva a mensagem de Cristo aos jovens.

Gustavo Zamudio faz parte da nova geração de jovens sacerdotes peruanos que estão a assumir responsabilidades importantes nas suas dioceses. Com apenas 32 anos, já é o pároco da paróquia da Imaculada Conceição, na cidade de LimaTrabalha incansavelmente para levar o Evangelho a todos os cantos de uma sociedade que também está a viver uma rápida secularização.

A sua história - como ele próprio conta à Fundação CARF - era muito semelhante à de muitas outras crianças do distrito de La Victoria, um bairro populoso de Lima. Mas um dia Deus tocou-lhe profundamente o coração e, aos 17 anos, entrou no seminário de Santo Toribio de Lima. "Dedicava-me aos estudos, mas, sobretudo, passava muito tempo a jogar futebol com os meus amigos", conta ele sobre a sua infância.

A sua família era católica e tinha uma grande devoção ao Señor de los Milagros.Desde criança que queria levá-lo aos ombros, mas não ia regularmente à igreja. No entanto, acrescenta, "nunca questionei a existência de Deus, embora mais tarde tenha tido de aprender mais sobre o que significa acreditar em Jesus Cristo".

GUSTAVO ZAMUDIO, PÁROCO EM LIMA

O grupo de jovens acólitos

Foi precisamente na sua adolescência, com apenas 13 anos, que iniciou o seu processo vocacional. "Uma freira das Filhas de Santa Maria do Coração de Jesus, que foi minha professora de religião Na escola, convidou-me a juntar-me a um grupo de rapazes que se reunia na paróquia aos sábados de manhã. O que mais me lembro é que ele me disse que havia pequeno-almoço e futebol. Não precisei de saber mais nada...", recorda com uma gargalhada.

Participou nessa reunião pela primeira vez e descobriu que se tratava de um grupo de acólitos. Apesar de ser uma novidade para si, decidiu juntar-se ao grupo. Gustavo Zamudio diz que foi uma oportunidade de "conhecer pessoalmente pela primeira vez um sacerdote diocesano, o Padre Henry, cujo testemunho de vida sacerdotal foi muito importante no meu processo de discernimento".

Outro fator que se destaca neste processo foi a oração da comunidade paroquial pelas vocações sacerdotais. "Senti que o meu chamamento era, de certa forma, a resposta de Deus às suas orações. Este contexto em que começou a viver a sua fé foi uma ajuda fundamental para Gustavo Zamudio, pois refere que a primeira coisa que aprendeu foi "a levar a sério a vida cristã, cuidando da minha vida de piedade".

GUSTAVO ZAMUDIO, PÁROCO EM LIMA

O agora padre diz que foi só assim que descobriu que "sem Cristo, a vida não era vida. Foi um passo bastante radical, porque, devido ao ambiente social em que eu vivia desde criança, significou uma verdadeira mudança de ideais de vida".

Pouco a pouco, e de uma forma natural e gradual, diz que se apercebeu "de uma força interior que me impelia a seguir o caminho da vida sacerdotal". Gustavo falou com os seus pais e contou-lhes o seu desejo de ser padre. Embora a sua família tivesse outros planos para ele, não se opôs e, depois de terminar o ensino secundário, pôde entrar no seminário.

O sonho de Roma

Logo após a sua ordenação sacerdotal e graças a um ajuda A Fundação CARF permitiu-lhe obter uma licenciatura em filosofia na Universidade Pontifícia da Santa Cruz, em Roma. "Dada a situação económica da minha família, nunca imaginei viajar para a cidade eterna. Para alguém como eu, que só tinha saído do Peru há alguns dias, foi uma experiência verdadeiramente internacional", acrescenta.

Embora geograficamente estivesse em Itália, Dom Gustavo Zamudio afirma que "existencialmente" se sentia um pouco no mundo inteiro graças à catolicidade da Igreja. E acrescenta: "Parece-me que não há experiência mais imersiva da universalidade da Igreja, dessa abençoada unidade na pluralidade - também a nível intelectual - do que estudar numa universidade pontifícia e em Roma".

Outro aspeto que O que o impressionou durante a sua estadia em Roma foi "a vitalidade do mundo intelectual católico", Na sua experiência, trata-se de uma "tradição intelectual viva e dinâmica, encarnada nos professores, na sua maioria padres, e nas salas de aula das universidades".

GUSTAVO ZAMUDIO, PÁROCO EM LIMA

Uma ajuda à evangelização

Se há uma coisa que é clara para este padre, é que toda a formação que recebeu durante o seu tempo na Pontifícia Universidade da Santa Cruz é agora de grande ajuda para o seu trabalho pastoral quotidiano. E sobre os seus estudos de Filosofia em Roma garante: "Está a ajudar-me pessoalmente a chegar a uma fé adulta autêntica, que não se deixa levar pelos ventos da moda, do que vai passar em breve".

Mas não se fica por aqui: Dom Gustavo acrescenta que "os meus estudos filosóficos em Roma ajudam-me a dialogar com o mundo contemporâneo, tentando fazer minhas as legítimas preocupações dos homens do meu tempo e procurando oferecer as razões da minha esperança a quem as pede".

A um nível mais pastoral, o pároco considera que esta formação lhe ensinou a "saber ouvir e analisar ideias divergentes com respeito e espírito crítico". De facto, reconhece que tanto em Tanto na paróquia como na universidade onde ensina, os jovens fazem-lhe abertamente perguntas e levantam objecções sobre a fé.

"Penso que ainda há muito a fazer nesta primeira linha de evangelização, com um estilo proactivo que favorece que a verdade se imponha pela sua própria força", admite este jovem sacerdote.

GUSTAVO ZAMUDIO, PÁROCO EM LIMA
Equipa de futebol da residência dos padres Altomonte.

De facto, para o seu trabalho de professor na Unife, uma universidade privada em Lima, diz ter descoberto durante o seu tempo na Roma o testemunho de três santos que iluminam o seu ministério de pároco e que são fundamentais para a sua missão sacerdotal: São Tomás de Aquino, São Josemaría Escrivá e São Filipe Néri.

Gustavo Zamudio já tem muitas responsabilidades como pároco e como professor, mas não são menores os desafios que enfrenta como jovem padre. Por esta razão, acredita que é fundamental "ter uma vida interior sólida para não deixarmos de ser homens de Deus".

A isto acrescenta a necessidade de uma "formação teológica e cultural coerente para tornar significativa a palavra de Deus hoje". Por fim, o pároco sublinha também a importância da "fraternidade e amizade sacerdotais em vista de uma sã gestão da afetividade".

GUSTAVO ZAMUDIO, PÁROCO EM LIMA

Por último, o Padre e pároco Gustavo Zamudio gostaria de agradecer à Fundação CARF e a todos os seus benfeitores, graças aos quais ele e muitos dos seus conhecidos em Roma puderam prosseguir os seus estudos.

"Não desista da boa formação dos padres. A Igreja precisa de pastores segundo o coração de Cristo: pastores com um coração sábio, capazes de oferecer orientação espiritual e doutrinal aos seus irmãos. Confio-lhes em cada Eucaristia para que se sintam sempre co-responsáveis pela formação dos chamados ao sacerdócio e redescubram sempre de novo a alegria de dar", conclui.