DONAR AGORA

Fundação CARF

22 janeiro, 25

O Papa Francisco na abertura da Porta Santa em Roma durante o Ano Santo.

Ano Santo: a esperança não desilude

Em 2025, entraremos plenamente no Ano Santo da Esperança: um elemento-chave desta mensagem, que nos recorda a importância de viver com fé e confiança no futuro.

A frase que encabeça este artigo é o título da Bula de Convocação do Jubileu Ordinário do ano 2025, que acaba de começar. Um Ano Santo que o Papa acaba de convocar, seguindo uma tradição da Igreja.

A justificação pela fé: uma mensagem de São Paulo

A esperança é um elemento-chave desta mensagem, que nos recorda a importância de viver com fé e confiança no futuro. Com estas palavras de S. Paulo, começa o n.º 2 do o TouroSendo, pois, justificados pela fé, estamos em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo. Por ele obtivemos, pela fé, a graça em que estamos firmados, e por ele nos alegramos na esperança da glória de Deus (...) E a esperança não será defraudada, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rom 5, 1-2, 5).

Um convite à oração e à ação concreta

Nos parágrafos seguintes, o Papa convida todos os fiéis a rezarem pela paz no mundo; pelos jovens casais, para que cresça o desejo de ter filhos e se encham "os numerosos berços vazios que já existem em muitas partes do mundo" (n. 9).

Pede que "para oferecer aos presos um sinal concreto de proximidade, eu mesmo desejo abrir uma Porta Santa numa prisão, para que seja para eles um símbolo que os convide a olhar para o futuro com esperança e um renovado compromisso com a vida" (n. 10).

Todos os sectores da sociedade no Ano Santo

Depois, convida-nos a rezar para que as esperanças dos jovens, dos migrantes, dos idosos, dos avós, dos pobres e dos países mais endividados se restabeleçam. E podemos acrescentar: que todas as clínicas de aborto sejam fechadas; que as famílias possam viver juntas "até que a morte nos separe".

Os mártires e a realidade da vida eterna

Sublinha depois as razões da nossa esperança no testemunho dos mártires "que, firmes na fé em Cristo ressuscitado, souberam renunciar à sua vida terrena para não trair o seu Senhor" (n. 20), e receberam "a felicidade na vida eterna".

Exprime assim claramente a realidade da "vida eterna", à qual somos chamados a viver em plena felicidade no Amor de Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

A virtude da esperança cristã

"Creio na vida eterna": é o que exprime a nossa fé, e a esperança cristã encontra nestas palavras o seu fundamento. A esperança, de facto, "é a virtude teologal pela qual aspiramos à vida eterna como nossa felicidade".

Afirma o Concílio Ecuménico Vaticano II: "Quando (...) faltam este fundamento divino e esta esperança de vida eterna, a dignidade humana sofre gravíssimos danos - é frequente - e os enigmas da vida e da morte, da culpa e da dor, ficam por resolver, levando muitas vezes o homem ao desespero" (n. 19).

A necessidade do sacramento da penitência

E depois de ter recordado todas as esperanças que temos e a realidade do "juízo de Deus" que todos encontraremos na nossa morte, o n. 23 da Bula fala muito claramente da necessidade do Sacramento da Penitência, que prepara a nossa alma, arrependida dos pecados que cometeu, para pedir perdão a Deus.

"O sacramento da Penitência garante-nos que Deus remove os nossos pecados (...). A Reconciliação Sacramental - Confissão - não é apenas uma bela oportunidade espiritual, mas representa um passo decisivo, essencial e indispensável no caminho de fé de cada um de nós".

Ano Santo: A esperança não desilude
Vista panorâmica da Praça de São Pedro, no Vaticano, em Roma.

A intercessão da Virgem Maria

Ao viver este pedido de perdão com humildade e amor, recompomos a nossa vida cristã, renovamos a nossa fé na "esperança que não desilude" e deixamos os nossos desejos nas mãos do Senhor. Virgem Maria.

"A esperança encontra o seu mais alto testemunho na Mãe de Deus. Nela vemos que a esperança não é um otimismo fútil, mas um dom da graça no realismo da vida. (...) Não é por acaso que a piedade popular continua a invocar a Virgem Santíssima como Stella marisum título que exprime a esperança certa de que, nas tempestades da vida, a Mãe de Deus vem em nosso auxílio, sustenta-nos e convida-nos a confiar e a continuar a esperar" (n. 24).

Com estas disposições, "o próximo Jubileu será marcado por uma esperança que não esmorece, uma esperança em Deus. Que nos ajude também a recuperar a necessária confiança - tanto na Igreja como na sociedade - nos vínculos interpessoais, nas relações internacionais, na promoção da dignidade de cada pessoa e no respeito pela criação" (n. 25).


Ernesto Juliáadvogado e padre.
Colaboração publicada em Religión Confidencial. Ano Santo: A esperança não desilude