
Uma pequena imagem da Virgem de Fátima cobriu apenas uma pequena área à esquerda do altar na Praça de S. Pedro, no sábado, 11 de outubro, num claro hino de amor a Maria.
Maria, talvez da cúpula da Basílica de São Pedro, contemplava toda a praça, enchendo o coração de todos aqueles que se tinham reunido para acompanhar a Virgem Maria. Leão XIV na sua petição à Mãe de Deus pela paz no mundo.
«Reunimo-nos esta noite em oração com Maria, a Mãe de Jesus Cristo, para rezar pelos Jesus, como fazia a primeira igreja de Jerusalém (Actos 1,14). Estamos todos unidos, perseverantes e com a mesma vontade. Não nos cansamos de interceder pela paz, um dom de Deus que deve tornar-se a nossa conquista e o nosso compromisso», disse o Papa Leão XIV.
O silêncio encheu toda a praça; silêncio e ordem nos passos da cerimónia. Era a celebração do Jubileu da Espiritualidade Mariana, que o Papa queria fazer uma festa aberta a todo o mundo, espiritual e geograficamente.
Os meios de comunicação social de todos os tipos tornaram possível que a Igreja espalhada pelo mundo naquela noite fosse “um só coração e uma só alma”, com a Bispo de Roma, e abra os corações de todos os crentes àquela unidade de Fé, de Esperança, de Caridade, pela qual o Papa rezou, e nos recordou que rezássemos, desde o primeiro dia do seu pontificado.

«Contemplemos a Mãe de Jesus e o pequeno grupo de mulheres corajosas ao pé da Cruz, para que também nós aprendamos a colocar-nos, como elas, ao lado das infinitas cruzes do mundo, onde Cristo continua a ser crucificado nos seus irmãos e irmãs, para lhes levar conforto, coração e ajuda», reflectiu o Santo Padre.
Terá o Céu descido à Praça de São Pedro?
Os coros souberam pôr a música certa para este acontecimento, e o mesmo se aplica aos textos do Concílio Vaticano II lidos antes da recitação de cada mistério.
Para não falar do exemplo de fé e de piedade dado por todas as pessoas que enchiam a praça com a sua devoção. Será que todas as mulheres, todos os homens, estavam acompanhados da sua Anjos da guarda? As suas respostas em italiano às palavras dos Pai-Nossos, Ave-Maria e Glória, ditas em inglês, italiano, espanhol, francês e português, manifestavam um recolhimento de espírito e uma piedade que abriam a alma a um diálogo constante com a Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo. Espírito Santo.
Leão XIV permaneceu ajoelhado diante da imagem da Virgem durante todo o tempo da recitação entoada da Ladainha Mariana. Fez suas as palavras que pronunciou na meditação que precedeu a exposição do Santíssimo Sacramento:
«O nosso olhar de crentes dirige-se à Virgem Maria para nos guiar na nossa peregrinação de esperança, contemplando as suas “virtudes humanas e evangélicas, cuja imitação constitui a mais autêntica devoção mariana».» (Lumen Gentium, 65, 67).
O Papa leu toda a meditação de pé, e fê-lo com grande serenidade e paz. Sem dúvida, quis que os corações de todos os que o escutavam nos cantos do mundo se enchessem de paz e serenidade. Roma, Os países europeus, italianos, europeus, asiáticos, africanos, americanos e da Oceânia deveriam abrir-se à devoção à Virgem Maria e fazer suas as palavras do “testamento” que Maria deixou a todos os seres humanos:
"A nossa esperança é iluminada pela luz suave e perseverante das palavras de Maria no Evangelho. De todas elas, são particularmente preciosas as últimas palavras pronunciadas nas bodas de Caná, quando, apontando para Jesus, diz aos serventes “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).
Depois não falará mais. Por isso, estas palavras, que são quase um testamento, devem ser muito queridas para as crianças, como o testamento de qualquer mãe” (...) “Fazei o que Ele vos disser”: todo o Evangelho, A palavra exigente, a carícia consoladora, a reprovação e o abraço. O que compreende e também o que não compreende. Maria exorta-nos a ser como os profetas: não deixar cair no vazio uma única das suas palavras.
E termina a sua meditação recordando-nos que o Sr. conta com cada um de nós para semear a paz no mundo:
«Coragem, vá em frente. Vós que estais a construir as condições para um futuro de paz, de justiça e de perdão; sede mansos e resolutos, não desanimeis. O paz há um caminho e Deus caminha consigo.
O Senhor cria e difunde a paz através dos seus amigos pacificadores, que por sua vez se tornam pacificadores, instrumentos da sua paz».
A cerimónia termina com a adoração do Santíssimo Sacramento. Sacramento. Um ato central da piedade cristã. E era ali que Maria nos ensinava a acolher o seu Filho na doação plena de todo o Amor que o trouxe à terra: a Eucaristia. E é ela, Maria, que prepara a nossa alma, o nosso corpo, para receber o Senhor, como ela o recebeu:
«Reze connosco, Mulher fiel, tabernáculo da Palavra. Santo Maria, Mãe dos vivos, mulher forte, dolorosa e fiel, Virgem esposa junto à Cruz, onde se consuma o amor e brota a vida, sede a guia do nosso compromisso de serviço (...) Virgem da paz, porta da esperança segura, aceitai as preces dos vossos filhos!.
Ernesto Juliá, ernesto.julia@gmail.com
Publicado originalmente em Confidencialidade da Religião.