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Fundação CARF

2 dezembro, 24

Paul Benson Seminarista do Malawi

Paul, do Malawi: "Precisamos de padres bem formados para ajudar toda a gente".

O Malawi é um país do sudeste de África onde cristãos, muçulmanos e tradições africanas vivem em paz e cooperação. Paul Benson, um seminarista em formação em Pamplona, fala-nos disso.

A esta grande riqueza cultural do Malawi contrapõe-se a escassez de recursos, sobretudo na diocese de Karonga, que é jovem e pequena e precisa de muitos sacerdotes. Este é o sonho do Paul: ser bem formado em Pamplona para poder regressar e servir eficazmente a Igreja diocesana do seu país.

O africano de 23 anos vive na Seminário internacional Bidasoa e está a estudar teologia na Faculdades Eclesiásticas da Universidade de Navarra. O bispo da diocese de Karonga, no norte do Malawi, enviou-o para Pamplona para receber uma formação sólida e integral, de modo a que, quando regressar, possa pôr em prática toda a formação que adquiriu na Igreja do seu país.

Necessidade de sacerdotes no Malawi

"A necessidade na minha diocese é de mais padres. Somos muito poucos e é uma diocese jovem, nova e pequena, fundada em 2010", explica Paul. Por esta razão, está muito entusiasmado com a preparação completa que está a receber em Pamplona. 

A sua diocese não precisa apenas de padres bem formados, mas também de mais missionários para ajudar os poucos que ainda precisam de ajuda. padres diocesanosTem apenas 19 sacerdotes diocesanos e 28 seminaristas.

Condições de vida no Malawi

Na sua diocese, há também falta de profissionais de saúde e de educação. Paul explica: "Precisamos certamente da ajuda destas estruturas de saúde para melhorar as condições de vida dos cristãos, mas também de toda a população da diocese. Mas estamos gratos pelo facto de a diocese ter feito tudo o que estava ao seu alcance para ajudar com novas escolas e alguns centros de saúde, apesar de a procura ser ainda muito elevada". 

Se não fosse a ajuda da Fundação CARF e dos benfeitores, Paul não teria tido a oportunidade de receber uma formação completa como sacerdote que fará tanto bem ao seu povo.

Paul Benson Sacerdote Porto do Malawi

Coexistência entre cristãos, muçulmanos e tradições africanas

É certo que a sua diocese tem meios económicos limitados, mas uma grande riqueza em termos de convivência. 

"Os católicos no Malawi vivem em paz, celebram a sua fé com alegria e demonstram-na culturalmente. O Malawi é um país muito pacífico, vivemos em harmonia e cooperação com outros cristãos, muçulmanos e tradições africanas, sem nos matarmos uns aos outros. A expressão religiosa não é um problema", observa alegremente. 

Neste país africano, os católicos têm uma percentagem mais elevada (17,2 %) do que as outras confissões cristãs; recorde-se que existem muitos outros grupos de confissões cristãs, porque a Grã-Bretanha colonizou o país e os primeiros cristãos a evangelizar foram os protestantes da Inglaterra e da Escócia. Alguns anos mais tarde, os Padres Brancos católicos de França foram como missionários, quando o protestantismo já se tinha difundido no país.

O exemplo dos padres

Paul foi influenciado positivamente pelo exemplo dos padres católicos e dos missionários no Malawi, bem como pela força do seu ambiente. Vem de uma família numerosa de sete irmãos com fortes raízes católicas: quatro rapazes e três raparigas. Paul é o sexto. 

A partida da sua mãe para o céu em 2014, quando tinha apenas 13 anos, causou-lhe uma enorme dor. Mas essa dor transformou-se em esperança e fé graças ao apoio da sua família e das religiosas, um exemplo que foi decisivo para a ajudar a seguir em frente e a moldar a sua vocação.

"Senhor, deixa-me tentar"

Começou a discernir a sua vocação ao sacerdócio ainda em criança, quando participava nas actividades da sua escola no seminário menor. Mas não sabia se conseguiria levar a cabo essa missão. 

"Quando era criança, pensava que podia viver como eles, como os padres que cuidavam de mim e me educavam. E disse ao Senhor: deixa-me tentar, vou dar tudo para que um dia possa ser padre", conta. 
Entrou finalmente no seminário maior aos 19 anos. Neste caminho vocacional que empreendeu, espera aliviar a necessidade de sacerdotes bem formados na sua diocese, especialmente para ir ao encontro dos jovens.

Chegar aos jovens

"Os jovens são muito influentes na difusão do Evangelho através dos meios de comunicação social, mas também nos encontros e conferências anuais de jovens que são organizados para manter a fé e difundi-la; reúnem-se em grande número, o que é muito promissor", afirma com orgulho Paul Benson. 

Para ele, os jovens padres são capazes de compreender o que os jovens precisam, desenvolvendo novas abordagens para explicar a doutrina católica, dar argumentos e, assim, serem capazes de viver e testemunhar a fé católica no Malawi.

Paul Benson Sacerdote Malawi Fátima

O que os europeus devem aprender com os africanos

A África tem grandes desafios, mas a Europa também, porque os europeus têm de aprender grandes virtudes com os católicos africanos: "ousadia e resiliência para resistir e manter a fé, a própria tradição; para proclamar a verdade e ajudar esta geração despedaçada, onde muitas coisas estão a acontecer contra os nossos costumes cristãos, entre elas muitas imoralidades sexuais", lamenta Paul.

Graças à Fundação CARF

Esta é uma das razões pelas quais considera que a formação de um padre é fundamental: "Temos de ajudar toda a gente, os que acreditam e os que não acreditam, os de uma classe e os de outra. É por isso que precisa de padres bem formados". 

Com entusiasmo e alegria, agradece à Fundação CARF por tudo o que faz pelos seus estudos académicos. "A nossa formação é académica, espiritual e pastoral, e estou muito contente com a vossa ajuda.


Marta Santín, jornalista especializado em religião.