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Fundação CARF

10 julho, 22

Apercebi-me de que Deus estava a contar comigo para fazer avançar a igreja na Nigéria.

O P. Tobechukwu Okoye, da Nigéria, iniciou o seu percurso pastoral em Valladolid (Espanha), uma espécie de estágio em que celebra missa, prega, atende confissões, dá catequese em algumas escolas, etc.

Iniciou o seu percurso pastoral em Valladolid (Espanha), uma espécie de estágio em que celebra missa, prega, atende confissões, dá catequese em algumas escolas, etc.

Tobechukwu Okoye (nascido em Ogidi, Nigéria, há 42 anos) estudou Microbiologia na Universidade do seu país, em 2009 obteve uma bolsa para estudar Teologia em Pamplona e foi ordenado sacerdote em Roma. "Apercebi-me de que Deus contava comigo para fazer avançar a Igreja na Nigéria", explica nesta entrevista sobre a situação dos cristãos no seu país, onde vivem lado a lado 49,3% de cristãos e 48,8% de muçulmanos.

-Pergunta: Chegam notícias de igrejas a serem destruídas, proibições....

-Resposta: A maioria dos muçulmanos respeita as outras religiões. A perseguição violenta ocorre apenas em locais muito específicos do norte, conduzida por extremistas, como o grupo fundamentalista Boko Haram. Nessas zonas, os cristãos sofrem muito e viver a sua fé significa arriscar a vida. Este facto é vivido com dor por outros cristãos e pela maioria dos muçulmanos, e incentiva a solidariedade entre todos. Por exemplo, há algum tempo, extremistas colocaram um carro armadilhado que matou muitos católicos à porta de uma igreja. Por solidariedade, no domingo seguinte, muitos muçulmanos vestiram vestes brancas e rodearam a igreja, dizendo que, antes de matar os cristãos, teriam de os matar a eles.

-P.: E o que é que pode fazer?

-R.: A comunidade cristã apoia as pessoas que sofreram atentados ou que estão deslocadas por razões de segurança, enviando recursos que são recolhidos em diferentes partes do país. Estas recolhas são promovidas pelos bispos nas dioceses. Também denunciam os ataques e alertam os políticos para que actuem. O controlo do Boko Haram é difícil porque se trata de um grupo armado e altamente organizado. A comunidade internacional prometeu ajuda, mas não é desinteressada, há sempre contrapartidas.

-P.: E do Vaticano?

-R.: O Papa Francisco está muito consciente da situação dos católicos na Nigéria. Enviou várias cartas aos bispos nas quais partilha connosco a sua proximidade e as suas orações pelo nosso país. Além disso, em várias ocasiões, condenou publicamente os ataques e raptos do Boko Haram, alertando a comunidade internacional.

-P.: O que é que significa ser cristão nesse país?

Nós, cristãos, temos muito a contribuir para a Nigéria. A mensagem cristã de perdão, amor e misericórdia é muito interessante para facilitar a coexistência entre as diferentes tribos do meu país.

-P.: Em junho, regressará à Nigéria.

-R.: Ainda não sei em que cidade vou viver nem onde vou fazer o meu trabalho sacerdotal; descobri-lo-ei quando lá chegar. O Opus Dei promove obras sociais na Nigéria, centros para a promoção da mulher, institutos de formação profissional, dispensários médicos... Não me surpreenderia se tivesse de ser capelão num deles, nem se tivesse de dar uma mãozinha nos seminários diocesanos.

Vai juntar-se a este desafio?


Publicado no jornal El norte de Castilla.

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